quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Clima tenso no nono dia de greve da PM

Da Redação, com informações de Maíra Azevedo e Fábio Bittencourt
Sem acordo entre o governo e os policiais militares grevistas, o clima começa a ficar tenso, nesta quarta-feira (8), nono dia do movimento. Depois de uma madrugada tranquila, manifestantes que estão do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) se desentenderam com homens do Exército, após eles mudarem a posição das cercas que estão ao redor do Parlamento.
A todo momento chegam mais viaturas com policiais militares em serviço para reforçar a segurança no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o que cria animosidade com os familiares e PMs grevistas que estão no local.
Nesta madrugada, foi cortada a energia do Parlamento até as 0h30. No mesmo horário, aconteceu um buzinaço na Avenida Paralela. Não há confirmação da participação de PMs no protesto na Avenida.

Proposta -  O governador Jaques Wagner voltou a reforçar a proposta apresentada aos grevistas em entrevista a uma emissora de televisão nesta manhã. A oferta é de reajuste de 6,5% retroativo a janeiro e o pagamento partilhado da GAP IV e V entre 2012 e 2015 com a primeira parcela em novembro deste anos. 

"Fizemos um esforço muito grande para garantir a GAP IV a partir de novembro. Essa despesa (GAP IV e V) representa mais de R$ 170 milhões, é parte significativa do orçamento. Agora eu só posso esperar que cada policial entenda que o estado tem um limite e não fruste a população da maior festa popular do mundo (o carnaval)", argumenta Wagner.
Aspra - O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, disse, também em entrevista a uma emissora de televisão, que "os 6,5% é um aumento linear para todo servidor público, então o soldo (salário dos militares) fica abaixo do mínimo".

Prisco reforçou que os grevistas só entram em acordo com o governo se for revogada a prisão dos PMs baianos. A Justiça emitiu 12 mandados de prisão, sendo que dois policiais já foram detidos. "Essa é uma questão que os policiais não querem nem sequer pensar em discutir. Quem pediu a prisão foi o governo, foi um ato político. Então, a Procuradoria do Estado pode pedir a revogação das prisões".
Baixa - Mais um PM deixou o acampamento nesta madrugada, totalizando oito desistências entre os manifestantes. Esse número não inclui as crianças que saíram do acampamento após determinação do Ministério Público.

Na saída, por volta de 2h50, o policial militar baiano, que tinha uma pistola na cintura, foi identificado pelos militares do Exército e teve a mochila revistada. Tudo sob a supervisão de agentes da polícia federal. Ele não quis falar com imprensa e foi correndo até o próprio carro.

Dois novos barracões (grandes tendas) foram montados pelo pessoal de Exército nos canteiros (central e lateral), em frente à AL-BA, ainda de madrugada. Uma espécie de “gabinete”, com cadeiras, mesa e quadro com mapa, e outro para abrigar todo o lixo produzido no entorno, incluído o do pessoal da imprensa. 

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