quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Wagner diz que 99% dos policiais não serão punidosPublicada: 08/02/2012 01:35| Atualizada: 08/02/2012 01:30
Fernanda Chagas subeditora
Em mais um dia de negociação sem sucesso, o governador Jaques Wagner garantiu ontem que não irá punir quem participou “pacificamente” do movimento grevista de parte da Polícia Militar, mas reiterou sua disposição em não conceder anistia àqueles que participaram de atos de vandalismo e depredação do patrimônio público, uma das exigências dos grevistas.

“Não estamos em um regime de exceção; estamos na democracia. E eu não sou um homem de rancor. Não vou punir quem participou pacificamente e sim aqueles que, de arma em punho, amedrontaram a população”, afirmou.

O petista ainda opinou que a maioria dos policiais não esteve envolvida em ações radicais. “Acredito que 99% não participou de atos desse tipo. Entendo que esses apenas se movimentaram na busca de melhores salários”, declarou.

O governador afirmou ainda que as negociações para o fim da greve avançam desde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa. Wagner afirmou estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4 e 5, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.

A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300. “Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha.

As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo”, afirmou, complementando que: “Nós colocamos na mesa de negociações uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia (a chamada GAP 4 e GAP 5), que significa o reajuste de 35% para os profissionais da Polícia Militar até 2015”.
 
O governador Jaques voltou a repudiar os atos de vandalismo atribuídos aos grevistas desde o início da paralisação das atividades, na semana passada. “Uma coisa é reivindicar.

Outra é barbarizar, matar morador de rua, subir em moto, atirar para cima e atravessar ônibus na rua”, comparou. Por fim, o governador Jaques Wagner garantiu a segurança no Carnaval de Salvador, apesar da luz amarela ter sido acesa com a proximidade da “maior festa popular do mundo” e a permanência da greve de parte da PM.

O deslocamento de efetivos da PM para a capital baiana – devido ao carnaval –, pelo planejamento inicial, terá de começar no dia 14. “Baianos e turistas não precisam se preocupar”, afirmou o gestor.

Aliado a isso, o secretário estadual de Comunicação, Robinson Almeida, negou que o governo baiano tenha sido pego de surpresa pela greve da Polícia Militar (PM). “Não fomos surpreendidos pela greve, mas pela violência do movimento”. O secretário criticou ainda a postura de políticos da oposição “Quem quer ajudar coloca água, não gasolina”, avisou.
Publicada: 08/02/2012 01:35| Atualizada: 08/02/2012 01:30 

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